Monday, September 18, 2006

Razão, fé e fanatismo

Li a famosa aula que o Papa Bento XVI deu no dia 12 de setembro passado na Universidade de Regensburg.
O argumento do Papa, a posição em geral da Igreja Católica, e no fundo a base da nossa civilização Ocidental é a de que a fé e a razão não são excludentes, e sim complementares. A fé pressupõe a existência de Deus, sendo que a razão é um dom divino dado aos homens para descobrir os mistérios de Sua criação.
A conversa citada entre o imperador Bizantino Manuel Paleologus e um sábio persa serviu só para demonstrar a tese do Papa.
“Deus”, ele diz, “não se regozija com sangue – e não agir com razão é contrário à Natureza de Deus. Fé nasce do espírito, não do corpo. Qualquer um que queira levar alguém à fé precisa da habilidade de falar bem e raciocinar propriamente, sem violência e ameaças...Para convencer uma alma razoável, não se necessita um braço forte ou armas de qualquer tipo, ou qualquer ameaça de morte... A conclusão decisiva neste argumento contra a conversão violenta é esta: não agir de acordo com a razão é contrário à natureza de Deus.”
"Mostra-me então o que Maomé trouxe de novo e não encontrarás senão coisas malignas e desumanas, tal como o mandamento de defender pela espada a fé que ele pregava."
Os muçulmanos acusam o Papa de ofender o Islã e o Profeta. Afirmam que são uma religião pacífica. O modo de demonstrar este pacifismo é obviamente dando tiros para o ar, incendiando igrejas, ameaçando de morte todo cristão que aparecer pela frente e pondo a própria cabeça do Papa a perigo. Todo mundo sabe como são tratados cristãos em países como Sudão, Irã e Iraque.
Notker Wolf, da ordem dos Beneditinos sugere que o exemplo do diálogo entre Manuel e o Persa sejam uma indireta ao presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad. Este cínico aparece esta semana em uma entrevista à Time americana desejando paz e amor aos homens de boa vontade enquanto seus seguidores gritam Death to America e ele continua tentando construir bombas nucleares em seu quintal.
O fanatismo islâmico se espalhou pela população miserável dos países muçulmanos. Nesse processo deixou reféns os líderes destes mesmos países, pois ninguém consegue mais governar sem o apoio dos radicais.
O Papa não tem de que se desculpar. Os últimos moderados muçulmanos, se é que ainda existem, é que deveriam ter a coragem de estender a mão ao convite pelo diálogo que Bento XVI lançou.

1 comment:

Laura_Diz said...

vc pode ter razão, mas eu acho que o Papa pisou em terreno perigoso, se eles não são razoáveis, o Papa deveria estar mais atentos. Abs