Monday, September 18, 2006
Riobaldo, Lula e o Cramulhão
Elio Gaspari citou Lula em sua coluna de domingo passado. “Durante jantar de plutocratas a que Lula compareceu na quinta-feira, o empresário Eugênio Staub perguntou-lhe como pretendia fazer, durante o segundo mandato, as reformas que julga necessárias. Nosso Guia respondeu: ‘Staub, não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é de fechar esse Congresso e fazer o que é preciso’”.
O Demo, o Coisa-ruim, o Cramulhão, o Coxo, Satanás, Lúcifer, Asmodeu, Belzebu, o Sete-peles, o Cão, que meda! Estaria o Demônio tentando Lula como fez com Cristo no deserto? Seria a vocação totalitária do PT fruto das energias dos infernos?
Essa gente já mostrou e demonstrou sua ojeriza à democracia desde muito.
Para Lula, ofereço-lhe os pensamentos de Riobaldo, o jagunço de Grande Sertão Veredas, de João Guimarães Rosa que releio nestes tempos. Riobaldo é sertanejo como o presidente um dia foi, mas ao contrário deste oferece profundas verdades na simplicidade do que diz: “O senhor vê: existe cachoeira, e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água se caindo por ele retombando; o senhor consome esta água ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma?? Viver é algo muito perigoso. Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo... O diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até nas crianças... O diabo na rua, no meio do redemunho...”
É como diz Riobaldo, assim como não há cachoeira sem água ou barranco, não há diabo sem quem o sustente. O demônio da ditadura só virá pela mão de gente como Lula, de gente como a que há no PT...
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