A Editora Jorge Zahar lançou recentemente uma coleção de livros relacionados à história da gastronomia no mundo. E eu para minha alegria ganhei a coleção toda no Natal passado! Comer e beber bem é um prazer em si. Conversar ou ler sobre comida e bebida é um prazer complementar.
O que li agora foi “Banquete” de Roy Strong, historiador pela Universidade de Londres.
O objetivo do livro é mostrar a evolução das refeições em comum, principalmente da aristocracia desde a Grécia Antiga até o princípio do século XX.
Strong baseia-se nas descrições de livros e relatos antigos além de pinturas e gravuras para descrever em detalhes como os cardápios e as maneiras à mesa foram mudando ao longo dos séculos.
Os gregos tinha sua cozinha baseada em peixes e frutos do mar, com alguma carne de caça e de carneiros ou porco, e comiam frutas, nozes, mel, pão e outras massas. Nos banquetes havia vinho, sempre misturado com água, e música nos intervalos.
Os romanos comiam reclinados em divãs, na refeição conhecida como convivium. Mais ou menos como hoje em dia, comia-se um aperitivo, depois alguma carne de vaca ou porco na maioria das vezes, mas também peixes, faisões e gansos. Depois frutas como sobremesa.
Na Idade Média adotaram-se a mesa e as cadeiras, e apareceram os banquetes com vários pratos servidos em procissão por uma hierarquia de criados. Comia-se principalmente caça nas mesas nobres, cervos, javalis e coisas esquisitas como pavões e cisnes, cujas penas eram remontadas sobre os bichos depois de assados. Roy Strong fala ainda da importância das especiarias, especialmente o açafrão usado para colorir toda a comida de dourado, cor da riqueza. Nobres comiam observados pelos súditos que ganhava os restos. Os espetáculos de música e teatro, herança de gregos e romanos continuavam nos intervalos entre os serviços, e cada vez mais elaborados. Apareceram também os primeiros manuais de etiqueta.
Na Renascença italiana é que o banquete alcançou seu maior requinte, com pratos esculpidos em diferentes formas para agradar os olhos. As carnes exóticas desapareceram dando lugar ao boi, carneiro e vitela, e as especiarias foram trocadas pelos temperos europeus como manjericão, orégano e salsa. Os italianos desenvolveram as massas, e foram os primeiros a usarem o garfo. Apareceram também navidades das novas colônias como o tomate e a batata e o açúcar de cana.
Da Itália a arte culinária expandiu-se para a França graças aos casamentos dos Médicis com a família real francesa. A França desde então tornou-se a referência mundial em culinária. Os banquetes tiveram seu apogeu na corte de Luís XIV, e depois foram se tornando cada vez mais uma ocasião íntima até a Revolução Francesa onde só se banqueteava em público e junto ao povo.
A burguesia emergente da Revolução Industrial adotou novamente os jantares, especialmente na Inglaterra Vitoriana como forma de afirmar seu novo poder.
Ao longo de toda essa história, e até hoje, o Jantar é a forma da aristocracia afirmar seu poder, dizer quem é aceito ou não naquele círculo.
Roy Strong mostra que toda a culinária e a etiqueta foram desenvolvidas na verdade para separar quem pertence àquela classe da ralé.
Para quem gosta de comida este livro é um prato cheio.
O que li agora foi “Banquete” de Roy Strong, historiador pela Universidade de Londres.
O objetivo do livro é mostrar a evolução das refeições em comum, principalmente da aristocracia desde a Grécia Antiga até o princípio do século XX.
Strong baseia-se nas descrições de livros e relatos antigos além de pinturas e gravuras para descrever em detalhes como os cardápios e as maneiras à mesa foram mudando ao longo dos séculos.
Os gregos tinha sua cozinha baseada em peixes e frutos do mar, com alguma carne de caça e de carneiros ou porco, e comiam frutas, nozes, mel, pão e outras massas. Nos banquetes havia vinho, sempre misturado com água, e música nos intervalos.
Os romanos comiam reclinados em divãs, na refeição conhecida como convivium. Mais ou menos como hoje em dia, comia-se um aperitivo, depois alguma carne de vaca ou porco na maioria das vezes, mas também peixes, faisões e gansos. Depois frutas como sobremesa.
Na Idade Média adotaram-se a mesa e as cadeiras, e apareceram os banquetes com vários pratos servidos em procissão por uma hierarquia de criados. Comia-se principalmente caça nas mesas nobres, cervos, javalis e coisas esquisitas como pavões e cisnes, cujas penas eram remontadas sobre os bichos depois de assados. Roy Strong fala ainda da importância das especiarias, especialmente o açafrão usado para colorir toda a comida de dourado, cor da riqueza. Nobres comiam observados pelos súditos que ganhava os restos. Os espetáculos de música e teatro, herança de gregos e romanos continuavam nos intervalos entre os serviços, e cada vez mais elaborados. Apareceram também os primeiros manuais de etiqueta.
Na Renascença italiana é que o banquete alcançou seu maior requinte, com pratos esculpidos em diferentes formas para agradar os olhos. As carnes exóticas desapareceram dando lugar ao boi, carneiro e vitela, e as especiarias foram trocadas pelos temperos europeus como manjericão, orégano e salsa. Os italianos desenvolveram as massas, e foram os primeiros a usarem o garfo. Apareceram também navidades das novas colônias como o tomate e a batata e o açúcar de cana.
Da Itália a arte culinária expandiu-se para a França graças aos casamentos dos Médicis com a família real francesa. A França desde então tornou-se a referência mundial em culinária. Os banquetes tiveram seu apogeu na corte de Luís XIV, e depois foram se tornando cada vez mais uma ocasião íntima até a Revolução Francesa onde só se banqueteava em público e junto ao povo.
A burguesia emergente da Revolução Industrial adotou novamente os jantares, especialmente na Inglaterra Vitoriana como forma de afirmar seu novo poder.
Ao longo de toda essa história, e até hoje, o Jantar é a forma da aristocracia afirmar seu poder, dizer quem é aceito ou não naquele círculo.
Roy Strong mostra que toda a culinária e a etiqueta foram desenvolvidas na verdade para separar quem pertence àquela classe da ralé.
Para quem gosta de comida este livro é um prato cheio.
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