Saturday, March 03, 2007

O mapa da violência e a violência globalizada


Os dados liberados dobre a violência no Brasil esta semana mostram o que todo mundo sabe, menos o governo do PT. Violência não está relacionada com a pobreza, está relacionada com a ausência de um Estado forte ou a conivência de um Estado fraco. É por isso que as áreas mais violentas do país estão nas periferias de zonas metropolitanas onde a polícia não entra e nas cidades da fronteira agrícola do país onde simplesmente não há polícia. Falta de Estado significa impunidade e em consequência expansão do crime. Essa balela de que pobreza causa crime é conversa de petista, e é uma ofensa aos milhões de pobres brasileiros que tentam viver honestamente.
Em uma outra reportagem publicada na Nouvel Observateur, Moisés Naim, ex-diretor do Banco Mundial e redator da Foreign Policy fala sobre o seu “Livro Negro da economia mundial”. Segundo Naim, o crime assim como a economia se globalizou. Estima-se que a economia paralela hoje represente 10% da economia mundial, contra 1% há dez anos. Só o tráfico de seres humanos responde por 7 a 10 bilhões de dólares em negócios ilegais. Em 4 séculos os navios negreiros conseguiram levar 12 milhões de escravos para as Américas. Hoje, em menos de 10 anos mais de 30 milhões de pessoas passaram pelo tráfico no Sudeste Asiático. A pirataria, de bolsas Chanel a softwares e remédios contra o câncer falsos, representa 1 trilhão de dólares. Há ainda o tráfio de drogas, de armas, de órgãos, de animais silvestres, de materiais nucleares.
A progressiva abertura da economia mundial, incluindo Rússia e Leste Europeu, China e países africanos criou também uma miríade de possibilidades para o crime organizado. O tráfico hoje liga a Colômbia à Espanha e à Ucrânia, Senegaleses vendem pirataria chinesa nas ruas de Paris. Traficantes nigerianos atuam desde o Rio de Janeiro até a Tailândia.
Há um tempo atrás um bando de imbecis na praias cariocas usavam apitos para avisar os amigos puxando fumo que a polícia estava chegando. São os mesmos imbecis que reclamam da violência todos os dias mas que a cada baseado põe uma arma na mão dos traficantes.
Como diz Moisés Naim o crime também obedece à lei da oferta e da procura. E se há traficantes e criminosos vendendo pirataria, drogas ou mulheres, quem está comprando podem ser nossos vizinhos ou amigos ou até nós mesmos. Que pensamos que não temos nada a ver com isso tudo.

1 comment:

Anonymous said...

Meu amigo de fé, irmão, camarada,
Vc sabe que eu adoro vc? A Luana tem toda razão.
Um abraço extensivo à Ju.