Saturday, August 30, 2008

Às Favas com os Escrúpulos


Dificilmente vou ao teatro, mais por falta de oportunidade do que outra coisa. É diferente ver um ator ou atriz na televisão ou no cinema e ver ele ali representando na sua frente. Só o teatro dá a verdadeira dimensão do que é a profissão de ator. É no palco do teatro que separamos alguém que tem talento para tanto de alguém que quer ser celebridade, como há tantas na tv.
Acabo de assistir a peça Às Favas com os Escrúpulos (o título reproduz uma fala do General Jarbas Passarinho, ao assinar o AI5) de Juca de Oliveira com direção de Jô Soares.
A peça é a história de Lucila, professora aposentada e esposa de um senador da república a quem ela idolatra. Vamos vendo durante a peça que o senador não tinha lá todas as qualidades que ela imaginava.
Os textos e diálogos são ótimos, com várias tiradas sobre a vida em Brasília e nossos queridos parlamentares, mas é Bibi Ferreira a grande atração da peça, mais do que as pernas de Bárbara Paz. É ela que toma conta do palco, dá graça e energia em todos os diálogos, ainda mais quando atua com Neusa Maria Faro. Assim se conhece uma verdadeira atriz.

Autoritarismo


Bill Keller escreveu no New York Times, citando Chrystia Freeland que escrevera no Financial Times. Estamos diante de uma nova Era de Autoritarismo.
Francis Fukuyama, em seu ensaio após a queda do Muro de Berlim tinha previsto o fim da história, onde a derrota do comunismo significaria que o mundo tinha escolhido a liberdade e a democracia ocidentais como modelo a ser seguido.
Agora vemos nações que antes considerávamos condenadas a desaparecer como a China Vermelha e a União Soviética se reerguendo das cinzas mais fortes do que nunca.
Os Olímpiadas de Pequim que assombraram o mundo, a repressão de tibetanos e dissidentes e o esmagamento da Geórgia por Putin mostraram que o autoritarismo dos dois regimes está mais forte do que nunca.
Tanto China como Rússia entendem que se forem países ricos, menor a chance do resto do mundo se meter nos seus negócios. E toleram uma certa liberdade no mercado desde que o Estado acabe dominando tudo.
Velhos rancores, ódios, humilhações e complexos voltam à tona.
EUA e Europa voltam a se preocupar.
E os modelos russo e chinês atraem cada vez mais admiradores, inclusive aqui, na América Latrina, que ao que parece sempre precisará de ridículos tiranos.

Rio 2016?


Ah, as Olimpíadas acabaram. Finalmente! Agora só daqui a 4 anos vamos ver mais brasileiros chorando. É como eu disse antes, num país que não leva quase nenhum esporte (às vezes nem o futebol) a sério brasileiro só chega nas Olimpíadas de teimoso. Pra entrar nessa boquinha vale até se naturalizar georgiano.
Brasileiro não tem patrocínio, nem treinamento, nem equipamento nem instalações como países ricos ou comunistas têm. Um ou outro desponta, graças em grande parte ao próprio talento individual. Os outros chegam lá, perdem, passam vergonha, caem de bunda, choram, passeiam, compram muamba. Melhor sorte na próxima.
O que marcou mesmo essas Olimpíadas foi o despertar da potência chinesa para o mundo. A capacidade de organização, a grandiosidade do espetáculo, os rios de dinheiro gastos com a reconstrução de bairros inteiros e dos estádios e instalações dos Jogos. Tudo bem que eles deram uma pirateada, trocaram a menininha cantora, falsificaram os fogos na tv, tudo no melhor estilo Made in China mesmo, e ainda assim impressionante.
Agora o Rio quer sediar as Olimpíadas de 2016. Imaginem a festa de abertura com mulatas sambando e meninos de rua batendo lata. Quem sabe um funk. Vai ser a glória. Alguém acha que vai virar alguma coisa, que o pessoal do Comitê Olímpico Internacional é doido de fazer os Jogos no Rio? Vão incluir tiro com bala perdida e arrastão de 1.500m com barreiras policiais nas modalidades?
Tá, o Rio organizou o Pan. Mas ninguém liga pro Pan. Afinal a maioria dos atletas são latinos, o COI deve pensar que esse povo tá acostumado com tiroteio mesmo.
E agora parece que o pessoal da candidatura Rio 2016 e o Comitê Olímpico Brasileiro querem uma "ajuda de custo" de 100 milhões do Governo Federal para bancar a campanha de divulgação da candidatura. Isso é só o começo. Imaginem o que virá depois. Os superfaturamentos de obras... Se o Pan já estourou "de leve" o orçamento, imaginem as Olimpíadas.
O Brasil vai sediar a Copa e ao que parece a CBF se virou para conseguir isso sem pedir dinheiro ao contribuinte. O COB deveria seguir o exemplo.
Essa campanha Rio 2016 na minha opinião esta cheirando a picaretagem das grossas.
Acho que os cariocas mesmo teriam outras prioridades para gastar os 100 milhões que eles mesmos vão pagar.

Thursday, August 28, 2008

Motéis











Marketing direto...

Wednesday, August 20, 2008

Bian


Eu já comi coisas esquisitas, confesso. Estou falando do ponto de vista culinário antes que alguém se meta a engraçadinho. A verdade é que viajando como eu gosto de viajar, e gosto de experimentar especialidades locais, mesmo se algumas delas fariam o Shrek vomitar.
A haute cuisine française por exemplo, referência mundial de chiquê e frescurê. O que ajuda a comida na verdade é o nome. Afinal é muito melhor engolir um escargot do que um caramujo esquistossomoso. Cuisse de grenouille soa bem mais apetitoso do que perna de perereca. E ris de veau então, chique no último. Na verdade são os gânglios linfáticos de bezerros. A haute cuisine é um primor de porcaries.
E alguém aí já foi a um churrasco uruguaio? Os aperitivos são pedaços de intestino grosso de boi e de carneiro assados na churrasqueira. Não gostou? Tem rim também, e testículos. Na Escócia comi haggis, que não passa de uma buchada de bode misturada com mingau de aveia.
Sim, eu experimento de tudo, mas isso porque sou um gentleman e um diplomata que sabe que pega mal cuspir de volta na cara do anfitrião o prato que acabou de lhe ser oferecido. Mas tenho certeza de que tudo o que já comi na vida (de novo, em culinária), nada possa ser comparado ao que oferecem em países asiáticos, destino onde infelizmente nunca fui.
A culinária asiática de modo geral não me convence muito. Sou mais a cozinha mediterrânea mesmo. Sou daqueles que gostam de poder identificar e classificar os tipos de seres vivos estão no meu prato. Bos taurus, ok. Gallus gallus, ok. Lactuca sativa, ok. Mancha amarelo-alaranjada disforme com molho colorido com presença de grânulos verdes não indentificáveis, opa, not ok.
Que eles comiam coisas esquisitas feito rato, cachorro, gato, cobra, barbatana de tubarão, gafanhoto (é cozinha ou bruxaria?) a gente já sabia.
Mas o Lelec, colega blogueiro da Terceira Margem do Sena me manda uma notícia escrita por um desses jornalistas engraçadinhos que estava sem o que fazer em Beijing sobre um restaurante chinês especializado em genitálias.
Manda um bilau (bian em chinês) de urso no capricho. Tem de urso, de foca, de cavalo, búfalo, cachorro. Opa, a família é grande, tem de baleia? ... Em vez de bem passado ou mal passado o garçom pergunta duro ou mole? Meia bomba? Me lembrei da piada do torturador solícito que sempre pergunta como vai querer os ovos. Aliás, era bom olhar nas imediações do restaurante para saber se há uma clínica de vasectomia estatal ou um centro de detenção de prisioneiros políticos, vai saber se você não está levando gato por lebre e o urso era na verdade algum tibetano.
O gerente diz que não há público homossexual, mas decerto ele pensa que o pessoal que pede pra embrulhar ou que passa no drive thru vai realmente jantar aquilo. Ainda mais os que pedem para não fatiar. Como diria a bicha, tá pensando que eu sou cofrinho bofe?
O restaurante parece que está sempre cheio porque os bians segundo a tradição chinesa são afrodisíacos. Agora quem precisa de afrodisíacos no país onde ter mais de um filho é crime? Parece meio perigoso. E o marido traído que pergunta para a mulher, nossa querida, que bafo de bian, você foi no restaurante? E ela, aaaahhhh, ééé, ah si, ah eu fui sim, jantei lá.
E o cliente que encontra um cabelo no prato? O garçom tem sempre a desculpa de que faz parte da receita.
Não dá, mesmo a diplomacia tem limites. O bian, eu passo.

Relaxa e goza


Paulistano é um ser que vota mal. Sempre votou mal. Não se trata de falta de informação. É algum outro mistério. Já elegeram o Quércia, o Fleury, a Erundina, o Maluf, o Celso Pitta e agora a Marta Suplicy aparece em grande vantagem na corrida eleitoral pela prefeitura. A culpa neste caso não é do paulistano, mas de outro bicho misterioso, o tucano. Tucano é indeciso por natureza, e pior, não sabe ganhar eleição. A situação piorou depois que Geraldo Alckmin resolveu por as asinhas para fora.
Em 2006, com o PT enterrado até o pescoço no mensalão, os tucanos tiveram a capacidade de perder a eleição. Tudo isso por que Geraldo Alckmin pressionou o partido para escolhê-lo como candidato, e não José Serra que tinha uma vantagem muito maior nas pesquisas (o dobro).
Agora Geraldo Alckmin faz rachar sua coligação, e em vez de apoiar Gilberto Kassab que fez uma administração mais do que decente e muito bem avaliada pelos paulistanos, resolveu lançar candidatura própria.
A ambição pessoal de Alckmin põe seus próprios interesses acima do partido. É muita burrice, e a tucanada deixa acontecer.
Quem ganha com isso? A Martaxa, que lidera folgada as pesquisas enquanto o eleitorado da oposição se divide entre Alckmin e Kassab. Vamos esperar que o horário eleitoral mude a opinião geral.
Vale lembrar que a Marta deixou um rombo imenso nas contas da prefeitura, fez contratos sem licitação e tinha até perueiro do PCC no seu governo. foi uma administração bem PT mesmo. Quem vai pagar o pato de novo são os paulistanos.
Quem mandou votar mal? Culpem o Geraldo, relaxem e gozem.

The Sound of Silence


Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of
A neon light
That split the night
And touched the sound of silence.

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one deared
Disturb the sound of silence.

Fools said I, you do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you.
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon God they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the signs said, the words of the prophets
Are written on the subway walls
And tenement halls.
And whisperd in the sounds of silence

Bobby


Esses dias assisti o "Bobby" de Emilio Estevez sobre o assassinato de Robert F. Kennedy, então em campanha pela presidência, no Ambassador Hotel de Los Angeles em 1968. O filme reconstrói as horas antes do assassinato pelo ponto de vista de 22 personagens diferentes. Não deixa de ser interessante, e conta com a participação de excelentes atores e atrizes.
Embora o filme seja de 2006, a comparação de Robert Kennedy com Barack Obama é inevitável. O discurso sobre as mudanças, a capacidade de atrair multidões, o fantasma da guerra (do Vietnam em 68 e do Iraque agora), a simpatia e o carisma, a campanha pela presidência.
Nicolas Sarkozy declarou outro dia que precisávamos virar a página de Maio de 68, certamente um dos períodos mais interessantes da história recente. Sarkozy esqueceu de lembrar-se que foi graças a 68 que ele, um filho de imigrantes, conseguiu virar presidente da França, assim como um negro e uma mulher cogitaram ser presidentes dos Estados Unidos.
Maio de 68 trouxe certamente mudanças, muitas positivas, outras nem tanto.
A mídia hollywoodiana nunca escondeu seu caráter liberal, e com seus atores e atrizes elevados à categoria de deuses infalíveis (America's Royalty como diria Joey Tribiani), é óbvio que eles tenham Obama como candidato preferido.
Mas o certo é que o momento é outro, a guerra é outra, a história é outra. E nós temos que aprender a andar para a frente. Eu ficaria com Bobby em 68, mas não fico com Obama em 2008.

Tuesday, August 19, 2008

Nem no futebol?


Eu não quero torcer contra, mas veja bem. Futebol, como eu disse, é o único esporte que o grande público neste país dá algum valor. O resto sobrevive de migalhas.
Agora se alguém levasse esporte mesmo a sério por aqui, como é que iam deixar um sujeito que sempre jogou um futebol horrível e que nunca foi técnico nem dos Juniors de Bagé ser o chefe da Seleção Brasileira? No último jogo Brasil x Argentina no Estádio de Caras, digo, no Mineirão, um argentino levou um cartaz escrito "FICA DUNGA!".
Não é que o desgraciado estava certo? Mais uma vez, o Brasil fica sem ouro olímpico no futebol. Jogadores superfaturados e cartolagem picareta. Argentina 3 x 0 Brasil.
Agora chuuupa Dunga!

Monday, August 18, 2008

Medalhas


O seguinte link, do NY Times é bem interessante:




Trata-se de um mapa interativo de medalhas desde que as olímpiadas modernas começaram.
Observando o mapa ao longo dos anos, chego às seguintes conclusões sobre os grandes ganhadores de medalhas:

1) O país que ganha mais medalhas é necessariamente populoso (assim fica fácil achar algum talento) e rico. Seus atletas se alimentam com sucrillhos todos os dias, têm os melhores equipamentos e patrocínio de sobra. Exemplo: Estados Unidos.

2) Outros países que ganharam muitas medalhas são aqueles comunistas onde o governo pega os desgraçados no berço e faz eles treinarem à exaustão pelo bem da pátria para mostrar ao mundo que eles são os melhores. Exemplo: URSS (agora Rússia e agregados), a Alemanha em 1936, a Alemanha Oriental durante a Guerra Fria, Cuba e a China.

3) No terceiro escalão estão os países onde o esporte é parte do quotidiano das pessoas, e sem competições esportivas haveria falta de assunto nas rodinhas de botecos e cafés. Exemplo: Inglaterra, Itália e França.

4) Depois vêem os países ricos mas com população pequena, que só não ganham mais medalhas por falta de gente como Suécia e Holanda.

5) O Brasil está naquele grupo onde as únicas medalhas vêm de um punhado de cabeças duras que decidiram ser esportistas mesmo sem dinheiro nem patrocínio, nem torcida, nem p... nenhuma, mas que querem pegar uma boquinha na Olimpíada e voltar cheio de muamba e estória para contar. As medalhas aqui só vem mesmo por causa do talento individual de um Grael, um Rodrigo Pessoa, um Cielo ou uma Daiane. Nem em futebol que é o único esporte que neguinho dá algum valor por aqui teve medalha olímpica ainda.

6) Depois vêm a multidão dos pobres terceiro mundistas onde ser atleta pode ser a única chance de escapar de uma vida desgraçada. As medalhas de Jamaica, Etiópia ou Quênia por exemplo só vêm de esporte de pobre, como correr onde o sujeito só precisa mesmo de um sapato. Na mesma situação estão aqueles levantadores de peso e arremessadores de qualquer coisa da Eslovênia, Moldávia, Cazaquistão e outros fins de mundo. Medalha de iatismo, equitação ou outro esporte chique aqui nem pensar.

7) Jogar em casa ajuda e muito, é só olhar o mapa. O pessoal não quer passar vergonha em casa não... Quem sabe em 2016 no Rio o Brasil melhora esse desempenho Coppertone (só bronze)? Enche o resto do pessoal de caipirinha e manda bala.

Caymmi


Versos escritos n'água

Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...

Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos!
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mau vento os atirou.

Dorival Caymmi

Saturday, August 16, 2008

Simple Life


Ainda estou em campanha pela simplicidade como modus vivendi para todos aqueles que desejam viver em paz e harmonia com o planeta. Sem viadagens.
Sou a favor do capitalismo e da economia de mercado, aviso desde já.
Mas sou contra o consumismo desenfreado e irresponsável daqueles que suprem suas carências emocionais nos shopping centers da vida, e por uma razão bem prática: o mundo não vai aguentar.
Veja por exemplo o papel. Americanos consomem mais de 330kg per capita no ano. Brasileiros consomem 10 vezes menos, 37kg. Paraguaios consomem 8kg.
Isso se repete com qualquer outro produto, agora imagine o dia em que Brasíl, Índia e China consumirem como americanos. Não vai sobrar pedra sobre pedra, o planeta simplesmente não aguenta. As consequências estão em Collapse, livro de Jared Diamond. O título já dá uma dica.
João Pereira Coutinho escreveu em sua última e ótima coluna sobre uma moda que anda pegando pelo mundo civilizado. A vida limitada a 100 objetos essenciais. Todo mundo pode viver bem com 100 objetos, a questão é saber o que você escolheria. No guarda roupa por exemplo, eu viveria muito bem de calça jeans, botina e camiseta. Não teria mais trabalho para escolher roupa, que nem o Paulo Coelho que só anda de preto. Eu escolheria minha cuia de tereré, minha grelha argentina, minha cafeteira napolitana. Um toca-discos, Billie Holiday, Diana Krall, Room Eleven, Norah Jones. Livros de aventura, Robinson Crusoe, a Ilha do Tesouro, Huckleberry Finn, Robin Hood, Moby Dick, 20.000 Léguas Submarinas, Winnetou. Calvin & Hobbes.
Uma rede. Meus filmes antigos. Minha pistola de atirar em latinhas. Tintas e pincéis. Fotografias.
Este laptop para escrever.
Nada de tv ou telefone.
Ok, é uma utopia. Ninguém aqui é hippie. Mas vale a pena pensar quais são os objetos que importam na sua vida.
E vale a pena pensar, antes de comprar alguma coisa: eu realmente preciso disso?
Eu estou como naquela frase de caminhão que dizia "cada vez mais eu quero menos".

Fora carimbadores malucos! Pelo cadastro Único!


Em 6 anos de Holanda só fui a um cartório uma vez. Nunca reconheci firma. Ia ao banco uma vez a cada seis meses, e nunca vi uma fila de banco naquele país. Fui ao serviço de impostos lá deles umas duas vezes. Não que eles tivesse menos burocracia, mas tudo se resolvia por internet, com um email ou uma carta.
Em três meses no Brasil eu já tirei certidões de tudo quanto é tipo, já passei por milhões de guichês, filas, cartórios, repartições, fui umas quinhentas vezes ao banco, umas seiscentas na prefeitura, umas oitocentas na Receita Federal, fui no Fórum, já reconheci zilhões de firmas, já esperneei, gritei, ameacei me enforcar com a cordinha da fila...Tudo bem, eu exagero. Mas burocracia me desperta, como diria Roberto Jefferson, os instintos mais primitivos.
Alguém poderia por favor simplificar a nossa vida? Ninguém aí do Planalto tem a capacidade de simplificar em vez de complicar? Eu estou re-lançando uma nova campanha deste blog, o K.I.S.S. ou Keep It Simple Stupid, que eu já havia lançado quando quis fazer um plano de telefonia móvel...
Minha nova campanha vai reciclar uma brilhante idéia que andou circulando por aí por email, o Cadastro Único, ou C.U.
Nada mais de RG, CPF, CNPJ, Inscrição Estadual, certidões, tudo isso vai virar um número só, o C.U. Fica tudo mais fácil com o C.U. Você chega numa repartição pública, mostra seu C.U. e imediatamente todo mundo já sabe tudo sobre sua vida. A sua conta bancária pode ser igual ao seu C.U. Quando chega seu salário, você põe no C.U. (isso me lembra a Holanda, onde eu tinha conta no Rabobank, todo meu salário eu enfiava no Rabo). E se você passar um cheque sem fundos, diremos que você está com o C.U. sujo na praça. Quando a polícia te parar, você já fica com o C.U. na mão.
Eu acho que toda a população brasileira ficaria satisfeita com um novo C.U. Quando todo mundo mostra o C.U., a transparência é total. Um único banco de dados com o C.U. de todos os brasileiros basta para que nossa vida fique mais simples e o governo possa meter a mão em todos, sem intermediários.
Chega de burocracia, adote essa companha. Nada mais de carimbos, guichês e filas de cartório. Como diria Raulzito: plunct, plact, zuuuum, não vai a lugar nenhum.

Outra guerra e um novo czar


Quem gosta de viajar tem diferentes razões para isso. Há lugares no mundo em que a natureza é uma atração em si, lagos e montanhas. Há outros onde o que nos impressiona são as obras feitas pelo homem como nas grandes cidades européias e nas ruínas históricas de gregos, romanos e egípcios. Em outros lugares, o que nos marca são as próprias pessoas, seus hábitos e costumes. Um desses lugares, onde eu nunca fui mas gostaria de ir é o Cáucaso. Não pelas montanhas, não pelas cidades, mas pelas pessoas que vivem ali. Eu queria ver de perto como é esse lugar, que algum literato já chamou de vagina dos povos.
Acho que nenhum outro lugar do mundo concentra tantas etnias e línguas como o Cáucaso. Para uma nação jovem e miscigenada como o Brasil, é praticamente impossível entender as relações tribais milenares entre os povos daquelas bandas. É um mundo distante, incógnito, com nomes como Abkhásia, Ossétia, Tchetchênia e Nagorno Karabach que parecem terras perdidas dos gibis de Conan, o Bárbaro.
O fato é que enquanto o mundo celebrava em paz a união dos povos pelo esporte, nesse canto misterioso do planeta uma outra guerra começava, o neo-czar Vladimir Putin mostrava de novo suas garras.
O mundo inteiro sabe que a Rússia se tornou uma ditadura, que as eleições que puseram Medvedev como presidente e Putin como primeiro-ministro não mudaram em absolutamente nada a situação política do país.
O mundo inteiro sabe como Putin esmagou as oposições, silenciou a imprensa e restringiu liberdades fundamentais em seu país.
O mundo inteiro sabe como a KGB, agora como FSB continua na ativa, e como Anna Politkovskaya e Alexander Litvinenko foram assassinados por ela.
O mundo inteiro sabe que a Rússia não admite que os antigos países soviéticos adotem medidas democráticas pró-ocidente.
O mundo inteiro sabe que foi o Kremlin que mandou envenenar o então candidato a presidente ucraniano Viktor Youshenko.
Agora a Rússia se volta contra a Geórgia, fomentando guerrilhas separatistas na Ossétia e na Abkhásia, ignorando acordos de cessar-fogo negociados por georgianos e europeus e avança com suas tropas às portas de Tbilisi.
A única voz que se eleva contra o neo-czar é a de George W. Bush. Aí a mídia internacional esquece Putin e se volta contra ele, seu alvo preferido.
Enquanto isso, Vladimir Putin toma cada vez mais o poder em suas mãos, e transforma a Rússia em uma ditadura tão ameaçadora quanto a União Soviética em seus piores dias.
Alexander Lomaia, do Conselho Nacional de Segurança da Geórgia e um dos membros mais influentes do governo de Mikhail Saakachvili se diz decepcionado com o comportamento do Ocidente, especialmente os europeus e avisa "um dia, eles (os russos) baterão à sua porta".

Friday, August 15, 2008

Outra guerra




















fotos da l'Express

Saturday, August 09, 2008

Esportes


Eu sou um sujeito esportista. No meu aniversário passado comprei uma pistola de ar comprimido. Super legal. Sempre preferi ganhar brinquedo do que roupa no aniversário... Minha diversão no fim de tarde agora é sentar tomando um tereré e atirar em latinhas no meu quintal.
Me convenceram de que aquilo ali não ia ajudar a me fazer entrar em forma, especialmente se eu nem levantasse da rede para atirar.
Resolvi voltar a jogar squash, um jogo que eu aprecio bastante principalmente porque num lugar fechado não é preciso caminhar muito para catar a bolinha quando ela rola pelo chão. Fui jogar e distendi a panturrilha.
Ao rugby, o único esporte apaixonante de verdade (pelo menos para mim), eu nem penso em voltar. Meus dois ombros já viraram paçoca por causa do rugby. Um deles tem um parafuso para parar no lugar.
Como se vê, eu gosto de esporte, o esporte é que não gosta de mim.
Mas esporte para mim nunca pode passar de ser uma diversão.
Eu não sei quem foi o energúmeno que um dia disse que esporte faz bem à saúde. Faz nada.
Esporte profissional para mim é uma imbecilidade sem fim.
Esses chinesinhos dando show agora nas Olimpíadas foram recrutados aos seis anos de idade e condenados a esse regime de semi-escravidão que é o treinamento esportivo lá deles.
No resto do mundo não é muito diferente, atletas de elite levam seus corpos ao extremo, arrebentam todos os ligamentos que podem arrebentar e aguentam tudo à base de drogas e remédios. Um francês disse que se não fosse os anabolizantes o Tour de France duraria seis meses ano. E esse jogadores de futebol tendo ataques cardíacos em pleno campo, é normal? Aqui no Brasil mesmo a molecada de academia gosta de se injetar com anabolizante de cavalo...
Aos 30 anos, um esportista profissional já não serve mais para nada. Agora me contem como é a cabeça de um atleta treinado para ser o melhor do mundo quando descobre que já não é o melhor e nunca mais será?
Sinto muito mas uma vida dessas eu não queria não.
Prefiro um tiro ao alvo no quintal, um squash com happy hour depois, uma pelada racha-canela no fim de semana e é só. Tenho mais o que fazer da minha vida.
Acompanhar Olimpíada para mim é uma chatice, nem tem rugby. Alguém podia inventar uma Olimpíada amadora, com esportes tipo carrinho de rolimã, bets, pegar o porco enlameado, comer melancia, pau de sebo, porrinha...E tiro na latinha deitado na rede. Ia ser bem mais legal.

Sunday, August 03, 2008

Salvem o país, acabem com as reservas indígenas


O prédio da Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul estava em polvorosa esta semana. Ao que parece, alguém quer reivindicar um terço do estado como terra indígena.
Um terço do Estado do Mato Grosso do Sul! É uma área maior do que Portugal, quase 3 vezes a superfície da Holanda...
Os índios são os maiores proprietários de terras do país, e mesmo assim continuam vivendo na miséria. E tem gente que acha que mais terras indígenas são a solução.
Agora pegue um mapa da localização das reservas indígenas no Brasil, e pegue um mapa das reservas minerais e compare.
Por uma estranha coincidência, importantes reservas de nióbio, manganês, ferro, potássio e outros minerais estão localizadas em terras indígenas.
E quem está por trás da demarcação de terras indígenas? ONG's, muitas delas internacionais, financiadas por governos e empresas européias, japonesas e norte americanas.
Por outra estranha coincidência, é sob o estado do Mato Grosso do Sul que se encontra a maior reserva de água doce subterrânea do planeta, o Aquífero Guarani. E quem lê sabe que a falta de água é uma das principais ameaças ao futuro da humanidade. Não é à toa que americanos estão estabelecendo bases militares bem ali no Paraguay. Se nossos políticos não conseguem enxergar além da próxima eleição, tem gente lá fora que faz planos para daqui a cem anos.
Todas essas imensas reservas indígenas nas fronteiras do país estão se organizando com a ajuda de ONG's, e todas essas tribos alimentam pretensões de se tornarem um dia nações indígenas independentes. E um dia, existirá uma Nação Guarani em cima desse Aquífero, pronta para negociar com aqueles que a apoiarem e reconhecerem.
E o impensável é que o país está sendo esquartejado com a complacência do nosso governo federal e sob as barbas de nossas humilhadas e inúteis Forças Armadas
Delírio? Teoria da conspiração? Quem vai pagar pra ver?

Obama, o Lula americano


Olavo de Carvalho traça um interessante paralelo entre Barack Obama, o candidato democrata à Casa Branca e o nosso Luís Inácio.
Diz o filósofo que quando se presta atenção no plano de governo de Obama, seus planos de governos são abertamente contra a vontade da maioria. Obama quer aumentar preços da gasolina, aumentar impostos, anistiar imigrantes ilegais, criar novos impostos... e mesmo assim, milhões de americanos, que pensam exatamente o contrário do que prega Obama vão elegê-lo. Porque?
Porque Obama com seu discurso de chaaaaange and neeeew, virou o queridinho das esquerdas nos Estados Unidos e no mundo. Porque elegê-lo virou uma obrigação moral, sua imagem hipnótica é mais forte do que o cálculo de custo-benefício...
Olavão completa: Já vimos essa operação ser realizada no Brasil, com base na imagem estereotipada do “presidente operário”, contra cujos crimes e perfídias já ninguém pode levantar uma voz audível, pois, arrastados pela chantagem psicológica, todos se acumpliciaram de algum modo ao ritual de sacrifício ante o altar do ídolo.

Lions for Lambs


Sempre gostei de Robert Reford como cineasta. E este filme seu não decepciona.
Uma operação militar com base em uma nova estratégia militar é lançada no Afeganistão, e se revela ineficaz como as outras.
Este evento junta na trama a história de dois soldados, daqueles que acreditam nos ideais da América, seu professor, uma jornalista e um senador.
O Senador, vivido por Tom Cruise tenta vender a nova estratégia à incrédula jornalista interpretada por Meryl Streep.
Há ainda o professor veterano, Redford em pessoa, que torce para que seus alunos enxerguem o que ele não conseguiu ver.
O filme todo é uma reflexão sobre as difíceis relações entre imprensa, governo e opinião pública. Ao mesmo tempo em que pessoas tentam acreditar que estão fazendo seu trabalho e lutando por uma boa causa, o atoleiro militar e a contagem de corpos diária estremece essas mesmas crenças e cria uma constante tensão na sociedade americana.
Robert Redford não disfarça o tom liberal e anti-Bush de seu filme, nem no título. Como seu personagem mesmo explica no filme, o título remete a uma frase de um general alemão que referindo-se aos soldados ingleses na I Grande Guerra disse: "Nunca vi tantos leões serem comandados por tais cordeiros".

Saturday, August 02, 2008

El dossier brasileño

A revista colombiana Cambio divulgou emails encontrados nos computadores das FARC que evidenciam a ligação entre o alto escalão do governo Lula e os narcoguerrilheiros colombianos.
Como intermediário nas mensagens está Oliverio Medina, o cura Camillo, cuja esposa arrumou com a ajuda de Dilma Roussef uma boquinha no Ministério da Pesca em Brasília.
Entre os citados nos emails estão:

José Dirceu
Roberto Amaral
Gilberto Carvalho
Erika Kokay
Celso Amorim
Marco Aurélio Top Top Garcia
Perly Cipriano
Paulo Vanucci
Severino Heck

Quem tem vergonha desse governo levanta a mão!!!


"CAMBIO conoció 85 correos electrónicos que, entre febrero de 1999 y febrero de 2008, circularon entre 'Tirofijo', 'Raúl Reyes', 'el Mono Jojoy', 'Oliverio Medina' -delegado de las Farc en Brasil- y dos hombres identificados como 'Hermes' y 'José Luis'.
A juzgar por el contenido de los mensajes, la presencia de las Farc en Brasil llegó hasta las más altas esferas del gobierno de Lula, el Partido de los Trabajadores, PT -el partido del Presidente-, la dirigencia política y la administración de Justicia. En ellos son mencionados cinco ministros, un procurador general, un asesor especial del Presidente, un viceministro, cinco diputados, un concejal y un juez superior.
El personaje central de los correos es 'Oliverio Medina', también conocido como 'El Cura Camilo', un sacerdote que ingresó a las Farc en 1983 y quien en su rápido ascenso llegó a ser secretario de 'Tirofijo'. Llegó a Brasil como delegado especial de las Farc en 1997 y estuvo en Colombia durante el proceso del Caguán, en el que hizo de jefe de prensa del grupo."




http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/ARTICULO-WEB-NOTA_INTERIOR_CAMBIO-4418592.html

Friday, August 01, 2008

Gary's Weather Forecasting Stone


Pedra molhada: chuva
Pedra seca: sem chuva
Sombra no chão: ensolarado
Branca em cima: nevando
Não dá para ver a pedra: neblina
Pedra balançando: vento
Pedra pulando para cima e para baixo: terremoto
Pedra sumiu: tornado

Lighthouses vs. Waves


Lighthouse Vs Waves

Obrigado à Marie Tourvel que ensinou a este tecnocapivara como se faz para postar um vídeo e ao Scot que me mandou esse vídeo espetacular.