A foto que ilustra este texto, tirada em uma avenida de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, é a imagem de um paradoxo.
À esquerda, um outdoor de propaganda do Governo Federal. A mensagem diz: “Brasil. Nós temos tudo para produzir mais”.
Ao lado temos outro, que faz parte de uma campanha da Federação de Agricultura do Mato Grosso do Sul. O outdoor mostra um mapa do estado dividido em dois, sendo que a parte norte do mapa está coberta com fotos de agricultura e pecuária. O outdoor pergunta: “Para proteger as etnias é preciso diminuir a geração de empregos?”
Outras peças divulgadas pela Famasul na cidade e no estado fazem perguntas parecidas: “Para valorizar as etnias é preciso desacelerar o crescimento?”; “Para respeitar as etnias é preciso ameaçar a produção de alimentos?”.
A Famasul e os agricultores do Mato Grosso do Sul na verdade protestam contra a iniciativa da FUNAI de realizar um estudo que pretende demarcar como reserva indígena uma área equivalente a um terço do estado. A área pretendida pela FUNAI na região sudoeste do estado compreende municípios totalmente voltados ao agronegócio e um estratégica área de fronteira com o Paraguai, uma região de extrema importância no combate ao contrabando e tráfico, e no controle sanitário.
Ou seja, o governo diz que quer produzir mais alimentos quando suas ações na prática penalizam o setor que foi o principal responsável pelos resultados positivos da balança comercial brasileira nas últimas décadas.
A situação no Mato Grosso do Sul pode se tornar ainda pior do que é o desastre chamado Raposa Serra do Sol em Roraima. Naquele estado, os militantes do Conselho Indígena de Roraima, financiados pelas ONG’s estrangeiras Fundação Ford e The Nature Conservancy querem expulsar produtores de arroz que ocupam míseros 0.7% da imensa reserva demarcada.
A esquerda escocesa, como diria o General Augusto Heleno, que promove a idéia das reservas, quer nos fazer acreditar que os índios podem viver ali nessas terras como seus ancestrais, caçando e pescando idilicamente na floresta.
É um embuste ideológico. Tanto os índios de Roraima como os do Mato Grosso do Sul estão há séculos em contato com o homem branco. Há índios agricultores, índios pecuaristas, índios que trabalham em cidades e empresas do agronegócio, e há até índios garimpeiros.
Índios são donos de 13% do país, embora correspondam a 0.2% da população. São latifundiários e ainda assim vivem na miséria. E há gente, humanistas dizem-se, que acha que a solução está na demarcação de ainda mais terras, em isolar os índios em reservas como gigantescos zoológicos.
Não está. A solução está em integrá-los completamente na vida social e econômica do Brasil, sem que por causa disso abandonem suas tradições culturais.
Para isso é preciso investimento em educação, e como nos lembrou Claudio Moura e Castro em sua coluna na Veja da semana passada, educação e agronegócio andam juntos onde quer que se olhe neste país.
Em lugar de criar um apartheid étnico e social, fragilizar nossas fronteiras, fragmentar nosso território, o Governo Federal deveria pensar em proteger aqueles que sempre puseram alimentos na mesa do brasileiro. E deveria parar de mentir em outdoors.
À esquerda, um outdoor de propaganda do Governo Federal. A mensagem diz: “Brasil. Nós temos tudo para produzir mais”.
Ao lado temos outro, que faz parte de uma campanha da Federação de Agricultura do Mato Grosso do Sul. O outdoor mostra um mapa do estado dividido em dois, sendo que a parte norte do mapa está coberta com fotos de agricultura e pecuária. O outdoor pergunta: “Para proteger as etnias é preciso diminuir a geração de empregos?”
Outras peças divulgadas pela Famasul na cidade e no estado fazem perguntas parecidas: “Para valorizar as etnias é preciso desacelerar o crescimento?”; “Para respeitar as etnias é preciso ameaçar a produção de alimentos?”.
A Famasul e os agricultores do Mato Grosso do Sul na verdade protestam contra a iniciativa da FUNAI de realizar um estudo que pretende demarcar como reserva indígena uma área equivalente a um terço do estado. A área pretendida pela FUNAI na região sudoeste do estado compreende municípios totalmente voltados ao agronegócio e um estratégica área de fronteira com o Paraguai, uma região de extrema importância no combate ao contrabando e tráfico, e no controle sanitário.
Ou seja, o governo diz que quer produzir mais alimentos quando suas ações na prática penalizam o setor que foi o principal responsável pelos resultados positivos da balança comercial brasileira nas últimas décadas.
A situação no Mato Grosso do Sul pode se tornar ainda pior do que é o desastre chamado Raposa Serra do Sol em Roraima. Naquele estado, os militantes do Conselho Indígena de Roraima, financiados pelas ONG’s estrangeiras Fundação Ford e The Nature Conservancy querem expulsar produtores de arroz que ocupam míseros 0.7% da imensa reserva demarcada.
A esquerda escocesa, como diria o General Augusto Heleno, que promove a idéia das reservas, quer nos fazer acreditar que os índios podem viver ali nessas terras como seus ancestrais, caçando e pescando idilicamente na floresta.
É um embuste ideológico. Tanto os índios de Roraima como os do Mato Grosso do Sul estão há séculos em contato com o homem branco. Há índios agricultores, índios pecuaristas, índios que trabalham em cidades e empresas do agronegócio, e há até índios garimpeiros.
Índios são donos de 13% do país, embora correspondam a 0.2% da população. São latifundiários e ainda assim vivem na miséria. E há gente, humanistas dizem-se, que acha que a solução está na demarcação de ainda mais terras, em isolar os índios em reservas como gigantescos zoológicos.
Não está. A solução está em integrá-los completamente na vida social e econômica do Brasil, sem que por causa disso abandonem suas tradições culturais.
Para isso é preciso investimento em educação, e como nos lembrou Claudio Moura e Castro em sua coluna na Veja da semana passada, educação e agronegócio andam juntos onde quer que se olhe neste país.
Em lugar de criar um apartheid étnico e social, fragilizar nossas fronteiras, fragmentar nosso território, o Governo Federal deveria pensar em proteger aqueles que sempre puseram alimentos na mesa do brasileiro. E deveria parar de mentir em outdoors.
1 comment:
Olá cher Fernando,
Repito o que já falei aqui, em outra oportunidade: se as coisas seguirem o atual rumo, o Brasil não virará inteiro o próximo século, mas fragmentado em vários territórios, em vários novos países.
Abraço,
Lelec
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