Saturday, October 14, 2006
Os novos fascistas
Há trevas em nossos horizontes. Em todo o planeta há fascistas tentando fazer o tempo voltar. Na semana passada um professor de filosofia de Lyon publicou um artigo no jornal Figaro criticando o Islã. No fim de semana circulavam na internet francesa ameaças de morte, incluindo fotos e mapas de como chegar na casa do professor. A ameaça conclamava os “leões de França” a matarem o herege assim como o “leão” Mohammed Al Bouyeri havia matado o herege Theo van Gogh em Amsterdam.
Ainda na França uma adolescente muçulmana é espancada por colegas homens porque estava comendo um sanduíche no recreio durante o Ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos. Uma ópera de Mozart, A Indomada, é cancelada em Berlim porque uma cena onde um personagem carrega a cabeça decapitada do Profeta Maomé gerou ameaças anônimas de atentados.
Na Ásia, Kim Jong Il ao que parece transformou o seu país-prisão em uma potência nuclear. Enquanto seu povo morre de fome lá está ele assistindo desfiles militares e testando mísseis.
Na América Latina a Bolívia está ameaçada de guerra civil. Uma parte do país quer se separar do resto por recusar a “revolução” promovida por Evo Morales. Este mesmo Evo Morales que já começou a elaborar uma “lista negra” de jornalistas que o criticam. E Hugo Chávez, depois de chamar Bush de demônio na ONU comprou mais alguns milhões de dólares em armas na Rússia, governada pelo novo czar Putin, e agora ameaça interferir na cizânia boliviana.
O mundo está dando passos de caranguejo. Será que não aprendemos nada com nossa história?
O islamismo é sem dúvida, como previa Oriana Falacci, a mais nova ameaça de fascismo no Ocidente e na Europa em especial. Salman Rushdie, Theo van Gogh e agora Mozart e Robert Redeker? Quando vai parar? É um consolo ver que o Papa pelo menos não pediu desculpas pelo seu discurso em Ratisbone. O Islã precisa de um Spinoza como o cristianismo precisou.
Jean Daniel em seu editorial na Nouvel Observateur diz que é preciso lembrar sempre que as primeiras vítimas do islamismo estão entre os próprios muçulmanos, no Iraque, no Irã, no Sudão ou na Somália. Entre estas milhares de vítimas certamente estão os que compartilham nosso ponto de vista, e estes são nossos aliados naturais contra este novo fascismo. Não se deve tolerar o intolerável. A Europa e a voz moderada dos intelectuais muçulmanos deve se fazer ouvir.
Kim Jong Il, apesar do brinquedo novo, conseguiu a proeza de juntar contra seu país a China, a Coréia do Sul e o Japão, que pela primeira vez pediu desculpas ao resto da Ásia pelo que fez na II Guerra Mundial. O regime do biruta coreano está no começo do fim.
Nos resta o novo fascismo latino americano, embrulhado na velha receita marxista. Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, Ollanta Humala, e os aspirantes Lula e Kichner. Até quando precisaremos destes ridículos tiranos? Lembra da música do Skank? Para abolir a escravidão do caboclo brasileiro, numa mão educação, na outra dinheiro.
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3 comments:
Trabalhei com muçulmanos, que são simpaticíssimos e por incrível que pareça, têm um jeito muito parecido com o do brasileiro. Por vezes até tive a impressão de que estava entre velhos conhecidos.
Até o dia do ramadã. Eu, obviamente, comi na hora da fome. Perguntei às duas colegas o que acreditavam que iria acontecer comigo ( notem que elas se tornaram meio "amiguinhas" minhas devido à convivência diária) por estar comendo. Sem hesitar, me responderam: "Vc vai para o inferno."
Para nós, católicos, esta é uma afirmação forte, coisa que só se deseja aos criminosos, crápulas, traidores. Eu, tranquila e inofensível, ser enviada ao inferno porque comi um sanduichinho na hora do meu esperado almoço??
É pouco, mas é uma pequena amostra de muito mais coisas que descobri. Sem dúvida, são simpáticos, adoráveis e muito bem intencionados até a página 2. Mas posso afirmar, depois da convivência diárias com vários vindos de vários países: eles não tem a mesma mentalidade que nós e mesmo as conversas mais simples são marcadas pela mais profunda incompreensão e divergência.
Que me perdoem os que estão no grupo das exceções. A maioria ainda é assim, infelizmente.
Paula
As idéias sempre sobrevivem aos que a criam... até as que são criadas por fanáticos ou tiranos. Neste caso, infelizmente... :(
Caro Fernando,
Não compartilho de suas idéias políticas em território nacional, mas gostei muito desse texto.
Estive no Qatar e volto pra lá em menos de duas semanas. País riquíssimo, nunca na minha vida tinha andado de Jaguar com televisão privada e motorista uniformizado para ir à feira (veja bem!). Minha primeira experiência em um país islâmico foi choque atrás de choque.
Mulheres que, mesmo acompanhadas de seus pais ou maridos, não tiravam o véu preto (completo, não é aquele lencinho fashion colorido das turcas na Holanda!) nem para comerem batata-frita no McDonald's. Estudantes universitárias que durante uma entrevista de estágio tinham que estar acompanhadas por outra mulher caso o entrevistador fosse homem por não poderem ficar sozinhas com ele numa sala de aula. E por aí vai.
Eu acredito que esse facismo citado por você é uma combinação terrível mas extremamente difícil de combater. De um lado o pobre e ignorante que se apega à religião além dos limites da sanidade. Do outro o rico e dominador que encontra na mesma religião a garantia para manter tudo sob controle.
Uma bosta, pois não há atrito. Pode ser no Paquistão ou no Qatar, estão todos unidos por Allah por causas que NADA a ver têm com a religião. Mas são raros os que percebem.
Não sou muito chegada na Ayaan Hirsi Ali mas não dá pra negar a importância do que ela faz.
Vou te mandar um sobre a dualidade dos intelectuais islâmicos por email.
Visita meu blog também!
Beijos,
Clarisse
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