Saturday, October 28, 2006

Paris


Passei essa semana em um hotel frio no aeroporto Charles de Gaulle. Business obligations. Vendo aviões da Air France decolando e aterrissando, o ar cheirando a querosene.
Para passar o tempo comprei um livro Particules Elementaires do Michel Houllebecq, o enfant terrible da literatura francesa atual. Vamos ver o porque do barulho todo. Por enquanto está promissor, conto mais depois.
Continuo achando Paris a cidade mais bonita da Europa apesar dos franceses. Sabem aquela Síndrome do Pequeno Poder, aquela que faz o porteiro achar que é o dono do prédio? Pois este problema nos franceses é elevado à décima potência. Tive discussões e problemas com a polícia da alfândega, com o gerente e todos os garçons do hotel, com taxistas, com seguranças de restaurante, com seguranças do parque de exposições...E olha que eu não gosto de discutir. Os americanos têm razão, eles são mesmo irritantes.
Mesmo assim Paris é capital cultural deste nosso mundo. Ainda quero voltar lá esse ano para visitar o Museu des Arts Premiers, inaugurado em junho passado por Jacques Chirac. Eu quis chamar este blog de Lumières não foi à toa, depois de ter passado dois anos na França. Paris é a Ville Lumière, os irmãos Lumière inventaram o cinema, a França é o berço do Iluminismo, precisa mais?
Claro que eu não ia ficar a semana toda no hotel, fui dar uma passeada na cidade e acabei jantando com bons amigos em um dos ambientes mais sofisticados que já vi. O Cantine de Faubourg fica na rua de Faubourg Saint Honoré, perto da Champs Elysées. O restaurante abrigava uma exposição de fotos de Hans Silvester, uma super decoração daquelas que só se encontra mesmo em Paris e Nova York, uma hotêsse que era a cara da Naomi Campbell vestindo Givenchy, uma música ambiente deliciosa e animada (Sweet Home Alabama, Can’t take my eyes of you, Sympathy for the Devil e por aí...), e uma cozinha deliciosa. Risotto de lula e costeleta de vitelo com cogumelos, imperdível. Apesar dos Porsches, Bmw’s, Bentley’s e até um Rolls-royce na porta, a comida não é absurdamente cara para Paris, e é farta. A bebida é um pouco mais salgada, a garrafa de Moet Chandon mais barata sai por 115 euros. Nada mal para quem frequentava o forró do Pau Queimado em Piracicaba.

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