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Como Luiz Melodia também fico triste quando chega o Carnaval.
Porque na verdade sempre fui um excluído do Carnaval. Nunca morei em um lugar que tivesse um carnaval decente, e quando ia a bailes de carnaval sempre havia alguém conhecido por perto que eu imaginava, julgaria meu comportamento.
Nunca pude me soltar, encher a cara, viver a fantasia da festa. Quando descobri que poderia fazer isso quando quisesse sem ter que dar satisfação aos outros era muito tarde.
Claro acabei fazendo isso em muitas outras ocasiões, longe dos olhares inquisidores que me perseguiam, mas nunca no Carnaval.
Por isso invejo aos que estão no meio da folia, e vejo fotos da festa no Recife, no Rio e em Salvador enquanto chove gelo na minha janela aqui na Holanda.
Invejo os mascarados,os anônimos e os bêbados, no meio da multidão, usufruindo a liberdade perdida, e invejo ainda mais os que tiveram amores de carnaval, desse que duram quatro dias, quatro horas ou quatro minutos.
Eu na verdade tive uma quase namorada que desistiu de mim pelo carnaval. Disse que nào dava pra levar nada a sério com o carnaval e me largou numa esquina...Daria pra fazer um samba triste.
Hoje não a culpo nemum pouco, pelo contrário. Um garota de 17 anos tem mais é que viver tudo o que a vida dá de alegrias, principalmente no Carnaval. As que não vivem me fazem lembrar das Virgens Suicidas de Sofia Coppola.
Libertem-se meninas, nem que seja em quatro dias de festa.