Sunday, February 26, 2006

Colors I

O Congresso Nacional está prestes a votar uma lei que aprova cotas raciais nas universidades públicas brasileiras, uma das maiores burrices que poderiam ser inventadas pelos nossos valorosos políticos.
A reforma pretende substituir o mérito pela cor, e pretende desrespeitar o princípio constitucional de que todos os brasileiros são iguais perante a lei.
A estupidez da reforma é óbvia. O grande câncer da educação brasileira é a péssima qualidade do ensino fundamental, eis aí o problema. Racismo nunca impediu ninguém de entrar na Universidade, quem impede é o vestibular. E no vestibular só passa quem cursou uma boa escola básica, ou seja, os ricos que na sua maioria são brancos.
Acontece que entre os pobres, brancos e negros com as mesmas condições sociais tem o mesmo nível de dificuldade, não há diferenças. Quem acredita ainda em racismo deveria ler os artigos que o jornalista Ali Kamel vem escrevendo a respeito do assunto, baseado em números do IBGE.
Longe de resolver o problema, as cotas o agravam. Criam um apartheid que antes não existia.
O jornalista sugere a leitura de “Ações afirmativas ao redor do mundo, um estudo empírico”, livro de Thomas Sowell, pesquisador da Stanford University, que estudou o efeito das cotas nos EUA, Índia, Malásia, Sri Lanka e Nigéria. Quase sempre os resultados são negativos.
Nosso governo tem essa tendência de mascarar seus piores defeitos com ações paliativas cujo efeito é o de não mudar ou de piorar a situação existente. As cotas querem mascarar o problema principal que é a distribuição de renda e a qualidade do ensino fundamental. A idéia do referendo sobre o desarmamento do ano passado era a mesma. O problema não é impedir cidadãos de comprar armas, o problema é conter os bandidos, o contrabando e o tráfico.

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